segunda-feira, 15 de julho de 2013

Desculpa

SEU LINDO

Olha, eu estou escrevendo esse texto apenas para pedir as mais sinceras desculpas. Explico.
11 de julho. Dia Nacional de Lutas. Dia de greve geral. Entre as pautas, os velhos itens: Transporte, saúde e educação. Tudo lindo, tudo válido. Mas esse não é o tema dessa postagem.
Você só dá valor á certas coisas quando as perde, ainda que por um dia. Embora soe dramático, é isso. Esse é o ponto. Aquela fatídica quinta-feira, antes de qualquer coisa, foi um dia sem RU. E de antemão eu te digo que é aqui que começa o meu clamor por misericórdia. Então, lá vai: Desculpa se eu pareço mesquinha e egoísta. Desculpa se eu estou me preocupando com situações simplórias e terrenas diante do progresso e da revolução iminente. Desculpa se eu estou num dia meio “Classe média sofre”. Desculpa leitor (considerando que tenha alguém lendo. Não sei).
Mas é isso, as portas trancadas do RU foram a grande notícia daquele dia 11. O fato é que o baque foi geral. A meu ver, deveria ter sido decretado estado de calamidade pública. E não adianta argumentar que a Floresta está localizada num bairro que é, basicamente, uma praça de alimentação gigante porque não cola. Afinal, enquanto o golpe comunista de 2014 não acontece, ainda vivemos na vil sociedade capitalista que cobra nove reais em um cachorro-quente ou dez em um pastel (ainda que este seja – parafraseando Clarice Falcão – uma caixa de pandora de queijos e delícias). E, surpreendentemente, não adianta mostrar a carteirinha de estudante na Requinte: Universitário não paga meia, muito menos R$1,30.

O ponto em que eu quero chegar é: Desculpa RU. Desculpa se eu enchi a boca (literal e metaforicamente) para falar mal do feijão ou do vinagrete. Desculpa se eu reclamei porque tinha frango a semana inteira (mas a gente podia debater isso um dia desses, né?). Desculpa se eu julguei o seu arroz de forno. Desculpa qualquer coisa. Desculpa. Se te serve de consolo, olhinhos brilham e sorrisos se abrem sempre que tem purê de batata no almoço ou gelatina na sobremesa, viu? Eu só quero que você saiba que é tão importante que virou referência monetária (“Quanto custa esse salgado?” “Sei lá. Talvez uns dois ou três RUs”). E que, apesar de te odiar, a gente também te ama. 

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