Essa é a última vez que eu faço mimimi em um post. Eu juro.
Eu queria Jornalismo. Meu amigo queria Odonto.
Numa manhã dessas em que deveríamos estar na aula, ficamos sentados na
grama, olhando para o nada e discutindo como seriam nossos futuros colegas –
quando, eventualmente, passássemos em
algum vestibular. Não demorou para chegarmos a um consenso sobre os estereótipos
para o curso dele, mas tivemos uma longa discussão sobre as projeções das
pessoas com quem eu dividiria boa parte do meu dia – quando, eventualmente, passasse no vestibular. “Pessoal
cult, meio hipster, alternando os temas das conversas entre Comunismo, poesia
lírica e filmes do Godard”, ele disse. “Não é possível que eu vá ser a única
que curta música pop de qualidade duvidosa, assista séries adolescentes bobas e
recite citações de Meninas Malvadas por aí”, respondi. Mas era possível.
Completamente possível. Terrivelmente possível. Ele sabia. Eu também.
Eventualmente, passei no
vestibular. Em meio a todos aqueles abraços, telefonemas e emoções
controversas, tinha uma coisinha que se sobressaía a todas: O medo. Medo de uma
porção de coisas. Entre todos os temores, um que eu nunca verbalizei por soar
bobo demais: O de não me encaixar. Não seria a primeira vez e provavelmente não
seria a última, mas seria tão frustrante quanto ser obrigada a começar um
fichamento em plena final da Copa das Confederações ou não ter uma cantina para
tomar café quente ás oito da manhã de um dia frio. Seria horrível.
O tempo passou e eu sofri calada.
Por via das dúvidas, tentei ler Clarice Lispector (se eu soubesse o que me
esperava, juro que teria tentado com Hobsbawm). Só para evitar os julgamentos,
dei Curtir (desfazer) em uma boyband
ou duas. Ou talvez dez.
Já faz (quase) um semestre. (Quase) Uma vida. Agora, quando aquele amigo pergunta se estou gostando
do curso, eu gostaria de poder contar que eu finalmente tenho com quem discutir
séries adolescentes bobas, cantarolar músicas pop de qualidade duvidosa e
declarar amor incondicional por Meninas Malvadas. Eu gostaria de poder contar
que, talvez, eu não seja tão
esquisita como pensava – ou talvez sejamos todos. Ao invés disso, me limito a responder
que estou amando tudo. Todos. Menos Hannah Arendt.
pfvr, Vic ♥
ResponderExcluirsuper me identifiquei com TUDO!