quarta-feira, 26 de junho de 2013

Fomos às ruas, voltamos aos cacos.


Estava com bloqueio criativo pra crônicas, então vai esse desenho feito meio às pressas. Não costumo desenhar pra ninguém com mais de 10 anos de idade, então não espere muito. É isso aí.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Isso é só o começo


Acho que já está na hora de colocar os pés no chão. Tudo bem, as manifestações estão causando um verdadeiro frisson no Brasil, tá todo mundo falando em mudança, tá todo mundo interessado em política, mas não se enganem: uma hora isso vai acabar. Os protestos foram necessários pra chamar a atenção do poder público, mas agora entramos em outra etapa, e eu me pergunto: no que isso tudo vai dar?
A nossa geração é conhecida por ser extremamente imediatista e ansiosa. Mas, infelizmente, as mudanças que tanto queremos vão levar muitos anos pra se consolidarem. Precisamos ter paciência e, mais do que tudo, consistência. Não podemos parar. O sair às ruas não vai transformar o Brasil. O que vai fazer esse país progredir de vez são idéias concretas e pessoas dispostas a colocar a mão na massa.

O efeito dessas manifestações a longo prazo vai ser mais sutil do que imaginamos e queremos. Mas isso já é um começo. É o despertar de uma juventude menos alienada. Eu acredito que a nossa geração tem o poder de começar uma mudança grande no Brasil que vai nos tornar mais maduros como nação. O “acordar do gigante” é só o começo.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A pauta é protesto

Em qualquer lugar. Em qualquer mídia. Pra onde se olhe.

Depois da primeira onda de criminalizar os protestos e manifestantes e da segunda onda de afirmar que as manifestações são majoritariamente pacíficas, com minorias que vandalizam e depredam o patrimônio privado ou público, está acontecendo a terceira onda opinativa sobre os acontecimentos: a de questionar as razões e interpretar o perfil de quem vai à rua.

Os jornais estão recheados de colunas que analisam os pedidos dos manifestantes, que mostram os cartazes mais criativos, que interpretam a própria visão e influência da imprensa nos protestos; matérias que comparam os jovens de hoje com os de 92, 83, 68.

Particularmente, não sei pra que tamanha insistência em entender sociologicamente o perfil das manifestações de forma tão imediata. Os esquerdistas ainda puxam o movimento todo para o seu lado, os direitistas ainda defendem que é tudo culpa do PT. Dilma e Richa ainda estão fazendo seus primeiros pronunciamentos sobre o caso - que, convenhamos, não acrescentaram nada de novo; no máximo ratificaram medidas já tomadas e frisaram a importância da polícia e da pacificidade dos protestos. Posts no Facebook ainda reclamam das máscaras do Guy Fawkes. As pessoas ainda estão indo pras ruas. Enfim: o processo ainda não se desenrolou por completo.

Sobre as causas, o mesmo princípio se aplica: elas ainda estão sendo absorvidas e digeridas por todos. A "cura gay", por exemplo, foi aprovada pela Comissão na semana passada, depois que os protestos haviam começado, mas já virou pauta e motivação para muitos. Além disso, há toda a vastidão de insatisfações antigas que estavam presas na garganta.

Acabo concordando com algumas poucas vozes dispersas que ouvi por aí: se é tudo novidade, é preciso inovar também na interpretação do movimento. É preciso entender que as vozes são muitas, mas não necessariamente vagas; que as causas são muitas, mas por isso aumentam a dimensão do acontecimento; que os mal-intencionados são muitos, mas são suprimidos pelos bem-intencionados (por enquanto, pelo menos!); e que as reivindicações são muitas, mas maior é a vontade de lutar por elas.

É uma visão otimista de tudo, mas é um otimismo proveniente de pequenos resultados brotando: de 15 centavos a menos na passagem de ônibus em Curitiba, de ver que a educação está nos cinco pactos propostos hoje pela presidente, de ver que haverá plebiscito para constituinte da reforma política.

Enquanto vejo e participo dos protestos e espero maiores resultados de toda essa insatisfação, torço pra que o manifestante plural não vire o manifestante idiota e vago que pede pelo impossível e que dá margem para o retrocesso do que já foi alcançado e para a estagnação do que deixa a desejar.

obs: sim, copiei o título da Globo News. Achei válido.

sábado, 22 de junho de 2013

O Ato e o medo

Semana pós-JUCS e provavelmente nunca se comentou tão pouco sobre os jogos universitários. O que permeou as conversas, não só na floresta, mas em todo o país foi a série de atos reivindicando a redução do preço da passagem do transporte público. Saí de Curitiba sexta-feira passada lamentando por não poder comparecer ao ato daquele dia, mas no de segunda eu estava lá. Foi bonito, milhares de pessoas foram até a Boca Maldita e marcharam rumo a Santos Andrade. 

Enquanto participava do ato, cheguei a comentar com um amigo que aquilo era uma manifestação legítima do povo e que parecia que pela primeira vez a população protestava sem a influência da grande mídia. Senti orgulho daquilo, mas que logo se transformou em medo. Afinal, conforme o número de pessoas foi aumentando, os atos assumiram ares cada vez mais reacionários. 

A partir do momento em que a grande mídia percebeu a dimensão dos protestos, ela passou a apoiar e dar significado aos atos. Se antes o povo pedia a redução da tarifa do transporte público, agora ele pede pelo fim da corrupção, pelo Impeachment da presidente e diz não ser nem de direita nem de esquerda. Aliás, esse discurso a história já viu antes:



A verdade é que não ter uma ideologia por si só já é uma ideologia. Se você abraça a bandeira do Brasil e se diz a favor da nação, "pra frente Brasil" e outras merdas, você está assumindo um posicionamento nacionalista. E essa ideologia é que permeia movimentos radicais como o fascismo e o nazismo, que são, como todos sabem, de extrema-direita. Ou seja, a coerência mandou um abraço pra 2/3 dos manifestantes. 

No entanto, a maioria que assumiu esse discurso está nessa por pura desinformação. Aliás, a falta de informação do povo é a principal aliada dos reacionários. Por isso, a meu ver, a única maneira de combater esse discurso reaça que tem permeado as manifestações é compartilhar informação. 

O que nos diferencia da geração que sofreu o golpe militar, entre outras coisas, é estar na era da informação. Por isso, é importante ir para rua, filmar, fotografar, escrever e debater, mostrando para aqueles que estão perdidos que eles devem lutar por causas concretas. 

terça-feira, 18 de junho de 2013

Hannah Arendt nunca fez tanto sentido.



A minha vida inteira eu estudei sobre marcos históricos e momentos de ruptura. Estudei sobre revoluções, revoltas e a completa renovação dos sistemas vigentes em determinadas épocas. Mas nunca imaginei que um dia eu viveria algo assim.
Os mais velhos, aqueles que viveram momentos de tensão e revolução no Brasil, sempre fizeram questão de passar adiante a ideia de que as novas gerações são muito acomodadas, que não têm a capacidade de sair nas ruas assim como eles fizeram. E quando se ouve esse discurso dia após dia, sempre vindo de figuras que supostamente deveriam ser nossas referências, é muito difícil não se render às comodidades do ceticismo.
Eu mesmo sempre tive a vontade calada no peito de conseguir mudar alguma coisa, de fazer minha voz valer. Mas sempre via as tímidas passeatas nas ruas de Curitiba com olhos indiferentes, com aquela certeza mórbida de que de nada elas valeriam, que tão poucas pessoas assim não conseguiriam fazer alguma diferença, que faltava algo... E ao mesmo tempo me sentia imóvel, sem motivação para buscar por conta própria alguma causa pela qual lutar. E acho que grande parte da minha geração também compartilha esse sentimento. O querer mas não saber como agir, pelo que agir. As nossas causas são muitas, mas se encontram tão difundidas que fica difícil reconhecê-las e definí-las.
Mas fazem alguns dias, desde que um estopim de 20 centavos explodiu em São Paulo, que algo inexplicável tomou conta de mim. A vontade de agir de alguma forma acordou no meu peito, dessa vez forte o suficiente pra fazer eu me mover, forte o suficiente para me levar para a rua pelos mais diversos motivos, pelas mais diversas pequenas grandes causas, mas sob um único sentimento: a urgência de mudança. E foi ontem, dia 17 de Junho, que eu senti a força de uma massa unida.
No meio das aproximadamente 15.000 vozes que tomavam conta das ruas de Curitiba no III Ato Contra o Aumento da Passagem, as diferentes causas surgiam em meio aos gritos de guerra. Fossem contra corrupção, contra a copa, contra políticos em específico, contra o abuso da polícia, violência, e tudo mais que se pode imaginar. Isso mostra que as pessoas, antes de se decidirem sobre qual bandeira se unir, por qual grande causa lutar, e como gerar uma mudança real, estão primeiramente reaprendendo algo há muito esquecido: a ocupar as ruas.
O povo, em grande parte os estudantes, estão se dando conta de que ainda existe a possibilidade de ir para a rua e reivindicar os nossos direitos. Que se tem a possibilidade de reunir uma multidão em prol de uma sociedade mais justa. De que ainda existem meios para que lutemos pela mudança que queremos ver. Mesmo que ainda não saibamos qual é a mudança específica que buscamos, afinal.
Lembro de ter lido em algum texto esse ano que as revoluções constituem um movimento irresistível e sem volta, no qual as pessoas acabam sendo levadas por um sentimento inexplicável de novidade e euforia. E foi isso que eu vi na rua ontem. Milhares de pessoas muitas das quais não sabiam ao certo porque estavam protestando, o que estavam realmente reivindicando, mas que sentiram a necessidade de se fazerem ouvidas, sentiram a necessidade de contribuir com as grandes mudanças que se põem diante de nós de qualquer maneira possível.
Muito provavelmente eu ainda não possa dizer que o que houve ontem foi uma revolução. Mas que foi um sinal, ah, isso foi. O dia 17 de junho de 2013 marcou o Brasil com uma mensagem ensurdecedora: nós estamos aqui, nós despertamos um gigante que dormira em berço esplêndido por anos demais. E, quem sabe, assim como os homens da Revolução Francesa não sabiam a força que haviam despertado no início do processo revolucionário, nós também não façamos ideia do que iniciamos.

A história está sendo escrita.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Diário de bordo - Intercom Sul 2013

Antes que você se pergunte mentalmente: não, a Rosa não está me pagando para fazer esse post. Pelo contrário, a missão deste é aproximar o evento dos alunos, assim, nada melhor do que um relato em primeira pessoa.                                                            

  
organizando nossa agenda de Congresso :)
créditos: Roberta Stefany
 Este ano, o evento ocorreu no feriado de Corpus Christi e foi sediado em uma pacata 
cidade do interior do Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul. A cidade nos acolheu com um frio intenso, porém com habitantes calorosos e receptivos. A UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul) foi sede do evento com uma organização impecável e com um campus de dar inveja.

Nos dois dias, nós, estudantes, participamos de oficinas ligadas ao tema central do congresso: "Comunicação em tempo de redes sociais: afetos, emoções e subjetividade". Após muita dificuldade na escolha, devido ao grande leque de opções,  participei das oficinas "Amanhã vai ser maior: ciberativismo e mobilização social", ministrada pela professora da Universidade Federal de Santa Maria,Liliane Dutra Brignol, e "Telejornalismo: o fazer diário", ministrada pela jornalista Francine Rabuske Schwenber, apresentadora do Jornal do Almoço de Santa Cruz. Além das oficinas, havia palestras durante todo o encontro. Entre os palestrantes estavam Jesús Galindo Cáceres, doutor mexicano especializado em redes sociais, Daniela Ungaretti da RBS TV, Rosane Marchetti da Rede Globo, Carlos Alberto Ferreira supervisor de mídias, também da Rede Globo.

Além de receber informações, o mais interessante é trocá-las com outros participantes. Se você não está disposto a conhecer pessoas, estabelecer contatos e trocar experiências, não há sentido nenhum em ir ao Intercom. É o objetivo de qualquer comunicador estar em contato com experiências diferentes, conhecendo histórias, assim, os congressos são armas essenciais na busca por contatos.

turistando em Sta Cruz <3 (ignorem o olho fechado)


E quanto custou tudo isso? Menos do que você imagina. O transporte foi pelo ônibus da Federal  junto com o pessoal de Comunicação Institucional (<3), portanto, foi de graça. O evento ofereceu alojamento gratuitamente, porém preferimos ficar em um hotel que saiu em torno de 100 reais. Gastamos mais uns trocados com alimentação e, claro, com as festas.


Resultado da segunda festa, haha
SIM, HÁ FESTAS NO INTERCOM! A primeira foi em um barzinho de rock chamado 
Legend, um lugar super agradável e, naquela noite, com lotação máxima. A festa de encerramento foi mais agitada ainda! Ela foi realizada na Gazeta Inside, um complexo enorme que conseguiu acolher uma pista com rock/pop, outra com sertanejo e, ainda, uma com música ao vivo. No meio de tanta comemoração, surgiu, claro, um "sppoted" (www.facebook.com/SpottedIntercomsul?fref=ts)











Enfim, como vocês já puderam perceber, eu estou apaixonada pelo Intercom. Tomara que, através desse post, eu tenha conseguido passar um pouco dessa empolgação para vocês. A comunicação social UFPR não tem o hábito de ir ao evento como outras faculdades que eu encontrei por lá, que vão anualmente. Boa parte dessa renúncia vinha da falta de informação, agora, espero ter derrubado um pouco essa barreira. Acho super válido adquirirmos essa tradição, até porque, temos que expandir nossa mente para além da sala de aula e nos aproximar cada vez mais do mercado.

Algumas lembranças do Intercom 2013


Este ano, ainda há o Intercom nacional em Manaus e o Intercom sudeste em Bauru .Em 2014,o Intercom Sul será em Palhoça, na Grande Floripa(www.facebook.com/IntercomSul2014), e o Intercom Nacional em Foz do Iguaçu, os dois serão super pertinho da gente. Vamos? :)



Cobertura oficial do Intercom 2013: http://hipermidia.unisc.br/intercomsul2013/





domingo, 9 de junho de 2013

É Hora de Mudanças

 
Foto: Mariana Saliba - Caloura de PP

Chega uma hora que todo mundo tem que mudar. E que é necessário mudar! E quando entramos na universidade, mesmo sem percebermos, mudamos consideravelmente... Bom, faz parte da vida! E mudanças são bem vindas, seja para o bem ou para o não tão bem assim... Elas fazem com que a gente cresça e aprenda com nossos erros e acertos. Até o Chatô nos modifica! Na floresta, dia a dia somos transformados e cada vez mais estamos mais perto e até temos "cara" de jornalistas, publicitários, relações públicas. 
 É assim: somos influenciados O TEMPO TODO! E que essa aura das nossas profissões nos influenciem para sermos profissionais excelentes e realizados!!


Foto: Mariana Saliba - Caloura de PP

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Sobre Chatô

Como fui uma das poucas pessoas que leu o livro todo, decidi escrever um post pequeno sobre ele hoje, depois de todo o "sofrimento" passado. Não vou comentar o livro e nem nada disso, mas, se esse é um blog que será passado de calouros para calouros, então é melhor que eles fiquem prevenidos, mesmo que a gente nem sonhe ainda quem eles serão.
A minha dica é: leia Chatô. Parece um saco, no início, quando você olha o tamanho do livro. Mas se você começar a ler bem antes do dia da entrega das questões, não vai achar tão chato (eu digo isso porque eu me comprometi comigo mesma que ia conseguir terminar, mas deixei pra começar muito perto do prazo e aí se tornou cansativo no final). Porque a história de Assis Chateubriand é fantástica e merece mesmo ser lida por quem pretende ser comunicador. Ou, se não pela história do cara, leiam pela matéria, pra evitar o desconforto de ser escolhido pra responder uma pergunta e não saber o que falar.
Enfim... Pra resumir (eu disse que ia ser pequeno!), usarei um comentário, feito por um veterano, que me incentivou, para incentivar os futuros leitores de Fernando Morais também: "não comece essa porra do jeito errado. Leia Chatô".

segunda-feira, 3 de junho de 2013

REVOLTA

Não. Não é um texto sobre História Contemporânea em algum de seus inúmeros motins. Nem uma explicação de verbete do dicionário. E sim uma revolta com o preço dos livros no Brasil.

Sim. Inexiste tema mais clichê e batido que este tratado aqui. Mas a revolta nem sempre é fundada na razão. Assim como este texto é altamente emocional, inútil e infundado nas respostas: imposto, mercado consumidor pequeno, inflação de demanda, etc.

Sim. O sentimento de raiva é -quase- recente. Talvez porque quando você entra na faculdade você tem a vontade de ler todos os livros que quis ler na vida e não pode por motivos de: mente infanto-juvenil do ensino médio ou sem tempo por resolver mais exercícios que na sua vida inteira em um ano-vulgo Terceirão.

Não. Os sebos amados não resolvem nossa vida. Sim. Na maior parte do tempo ele sacia seu desejo. Mas nem só de coisas velhas vive o homem. Quem disse que nós, pobres estudantes- em todos os sentidos da palavra- não precisamos da nova literatura, tipo a que foi lançada ONTEM? A qual no caso vale os almoços de um mês INTEIRINHO?

Sim. Existem os famosos PDF. E não. Não gosto de ler pelo computador. Além de que o ato de baixar livros não está no ‘’manual do bom cidadão’’ e você seria preso nos Estados Unidos. Parâmetro de medo para quem adora seriados.


Sim. Posso e possivelmente estou expondo uma linha de raciocínio ignorante e limitada. Mas talvez exista um livro recente explicando isso, o qual no caso vai ter que ficar na prateleira na livraria esperando eu ganhar meu salário ou na lista de livros-desejo interminável e em sua maior parte, pelo menos agora, inalcançável.