segunda-feira, 8 de julho de 2013

Baseado em fatos reais (infelizmente)

Não, essa não será mais uma crônica sobre moedinhas e a vida (econômica) sofrida do estudante universitário. E não, nada mudou em relação a isso – inclusive o dinheiro tem escoado cada vez mais rápido (XEROX, Valeu.).
Hoje eu quero falar sobre uma das peças-chave da vida universitária, um elemento que constitui quase um universo à parte em nossa existência: o nosso “amado” transporte público. Eu, particularmente, tenho uma relação de amor e ódio com os ônibus de Curitiba. Mais ódio do que amor, diga-se de passagem – o trocadilho não foi intencional, aliás. Inclusive, ultimamente um calafrio percorre minha espinha ao mero vislumbre daquele “simpático” ônibus laranja. Meu nemesis que leva o nome de Cabral/Portão.
Juro que, por mim, eu andaria de ônibus tranquilamente, sem problema algum. A questão é que o primeiro ataque veio do outro lado. Eu a princípio até relevava algumas coisas, como o estranho fato de sempre perder a viagem por estar do outro lado da rua – quase – toda vez que o ônibus parava no ponto. Achava que era erro meu, eu que não via o horário e dava o azar de cair sempre nos braços desse desencontro cotidiano. Ok. Tudo bem. Comecei a me programar e olhar os horários. Mas, para minha ingrata surpresa, sempre acontecia do ônibus do horário que eu pretendia pegar, adiantar, e o do horário em seguida, atrasar.
Mas, novamente, tudo bem. Isso acontece.
Até que um belo dia as coisas tomaram proporções ridículas. Voltando da Floresta, na hora do almoço, esperando ávidamente pra chegar em casa e não me deparar com bandejões entupidos de feijão, arroz e vinagrete, resolvo aproveitar os 45 minutos de trajeto da melhor forma o possível: cochilando. As coisas iam bem. Bem até demais.
Acordo com as pessoas descendo do ônibus (que a essa altura já estava quase vazio), ingenuamente achei que já tinha chego no terminal do Portão. Mas não, ainda estávamos no Jardim Botânico. O motorista, com um sorriso amarelo, anunciava que o próximo Cabral/Portão chegaria em 5 minutos. Cinco minutos que se transformaram em 15. Por fim chega o outro ônibus e rapidamente acolhe os desamparados passageiros, que esperavam impacientes a sua condução salvadora.
Agora eu chegava em casa, eu acreditava nisso. Tinha certeza. Mas essa certeza durou apenas um ponto, pois – contra todas as probabilidades – novamente o ônibus quebrou. Desce todo mundo. Espera mais um pouco. Chega outro Cabral/Portão. Sobe todo mundo. O ônibus segue sofrido graças a perversa lotação 3 em 1. Uma hora e meia depois de ter saído do campus, chego em casa.
Eu esperava que isso nunca mais fosse acontecer, não tão cedo. Mas no dia seguinte, na hora do rush, mais uma vez o traiçoeiro Cabral/Portão mostra suas garras e, quase como de birra, bate em um carro estacionado.
“Vai ter que chamar o seguro. É, vai demorar. Desce todo mundo, logo vem outro”
Essas palavras impressas na minha mente me fizeram jurar nunca mais pegar esse ônibus recheado de Karma novamente (eventualmente eu me rendi, como previsto). E, mais do que isso, me fizeram ponderar se isso era castigo divino por ter passado uma tarde inteira jogando pebolim ao invés de ter ficado estudando, como eu deveria.
O Klauss trabalha de maneiras misteriosas.


Um comentário:

  1. Eu também pego o "amado" Cabral/Portão todo dia pra voltar da escola e infelizmente já posso dizer que tive experiências tão ruins quanto, se não piores,do que as suas. Na verdade, o ônibus bateu 3 vezes comigo dentro, sem falar que em uma das batidas tive que esperar o próximo ônibus por mais de 1 hora. Claro que vale mencionar,também, os constantes tumultos dentro do veículo, os assentos vomitados, a superlotação e a grande sacanagem que você menciona no começo do texto: perder o ônibus por causa de dez segundos para esperar por uns 35 minutos no meio da favela...
    Pois é, acho que temos um inimigo em comum
    Abraços, Pedro

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