sábado, 22 de junho de 2013

O Ato e o medo

Semana pós-JUCS e provavelmente nunca se comentou tão pouco sobre os jogos universitários. O que permeou as conversas, não só na floresta, mas em todo o país foi a série de atos reivindicando a redução do preço da passagem do transporte público. Saí de Curitiba sexta-feira passada lamentando por não poder comparecer ao ato daquele dia, mas no de segunda eu estava lá. Foi bonito, milhares de pessoas foram até a Boca Maldita e marcharam rumo a Santos Andrade. 

Enquanto participava do ato, cheguei a comentar com um amigo que aquilo era uma manifestação legítima do povo e que parecia que pela primeira vez a população protestava sem a influência da grande mídia. Senti orgulho daquilo, mas que logo se transformou em medo. Afinal, conforme o número de pessoas foi aumentando, os atos assumiram ares cada vez mais reacionários. 

A partir do momento em que a grande mídia percebeu a dimensão dos protestos, ela passou a apoiar e dar significado aos atos. Se antes o povo pedia a redução da tarifa do transporte público, agora ele pede pelo fim da corrupção, pelo Impeachment da presidente e diz não ser nem de direita nem de esquerda. Aliás, esse discurso a história já viu antes:



A verdade é que não ter uma ideologia por si só já é uma ideologia. Se você abraça a bandeira do Brasil e se diz a favor da nação, "pra frente Brasil" e outras merdas, você está assumindo um posicionamento nacionalista. E essa ideologia é que permeia movimentos radicais como o fascismo e o nazismo, que são, como todos sabem, de extrema-direita. Ou seja, a coerência mandou um abraço pra 2/3 dos manifestantes. 

No entanto, a maioria que assumiu esse discurso está nessa por pura desinformação. Aliás, a falta de informação do povo é a principal aliada dos reacionários. Por isso, a meu ver, a única maneira de combater esse discurso reaça que tem permeado as manifestações é compartilhar informação. 

O que nos diferencia da geração que sofreu o golpe militar, entre outras coisas, é estar na era da informação. Por isso, é importante ir para rua, filmar, fotografar, escrever e debater, mostrando para aqueles que estão perdidos que eles devem lutar por causas concretas. 

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