sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Bloqueio criativo

(Título alternativo: "O post mais nonsense da história de todos os blogs de calouros e estabelecimentos comerciais que vendem comida que já existiram")



Eu não tenho um texto. Desculpa. Isso é tudo que eu tenho para dizer hoje. Desculpa de novo. Tinha certeza disso desde o fatídico dia em que postaram o calendário de postagens da semana, mas fingi que não tinha ideia. Adiei a tarefa de abrir o editor de textos até o último minuto porque eu sabia. Quando finalmente cliquei sobre o ícone do Word, descobri que minha licença do Microsoft Office havia expirado – talvez porque ele também soubesse. Fiz o download de um conjunto de programas alternativo para desencargo de consciência. O OpenOffice, por sua vez, insistia em não completar a instalação. Toda vez que uma caixa de diálogo com mensagens de erro aparecia eu esperava ler um singelo “Vê se me esquece, eu também já sei. Não vou fazer parte disso”. Aposto que alguém bateu com a língua dos dentes porque no fim do dia, todo mundo já sabia que eu não tinha um texto, menos vocês. Até agora, é claro.

Vejam bem, eu podia ter fingido que esqueci. Ninguém ia reparar. E se alguém reparasse, era só dar de ombros e dizer que a tabela com a escala de postagens tinha se perdido em meio ás milhares de informações do grupo dos calouros no Facebook ou que eu estava ocupada resolvendo muitos problemas de gente grande essa semana e pronto. Mas se eu não postasse, meu nome sairia do calendário até eu lembrar de pedir para me colocarem lá de novo. Se eu bem me conheço, ia adiar esse pedido infinitamente e aí é que eu ia esquecer mesmo. Então a próxima geração de calouros chegaria e eu lembraria de implorar para me reinserirem no rodízio do blog, mas já seria tarde demais porque não existiria mais rodízio e nem calendário para esquecer ou fingir que esqueceu. Por isso eu não fingi.

Confesso que cogitei imitar um velho amigo que era dono de uma cantina e nunca aparecia quando o Coxa ganhava. Dependendo da fase, nem quando o Coxa perdia. Ás vezes quando empatava, mas só ás vezes. Fiquei animada com essa perspectiva porque futebol é uma desculpa plausível para tudo. Me disseram que até dá falta justificada quando você trabalha em estabelecimentos comerciais que vendem comida ou em blogs de calouros. Abracei a ideia porque parecia ótima, até que percebi que o Campeonato Brasileiro não está fácil para ninguém, só para o Cruzeiro. Se uma pessoa negligenciasse suas obrigações com essa desculpa esfarrapada, todo mundo também teria que negligenciar e o caos se instalaria em todos os blogs de calouros e cantinas que não fossem dirigidas por cruzeirenses. E como eu não conheço nenhum cruzeirense, achei melhor deixar quieto e vir postar qualquer coisa mesmo. Além do mais, descobri que o resultado do Coxa na noite de ontem não foi satisfatório para uma falta justificada . Para ser honesta, o Coxa nem jogou.

Eu ainda não tenho um texto. Nem a licença do Microsoft Office. Nem a versão genérica do Microsoft Office. Nem muitos problemas de gente grande para resolver essa semana. Nem uma desculpa plausível. Nem um jogo do Coxa para ser ou fingir que é uma desculpa plausível. Nem um amigo cruzeirense. Nem uma cantina. Nem uma cantina. Nem uma cantina. GENTE, NEM UMA CANTINA! Isso dá falta justificada em estabelecimentos que vendem comida ou em blogs de calouros? Poxa, eu acho que sim.


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